Olá
caros seguidores do Blog dos Contos,
venho hoje anunciar a todos o inicio de nossas atividades. Hoje iniciarei
a coluna de Entrevistas com um amigo escritor e colunista Rodrigo P de Jesus.
Para
quem não sabe, esta ideia de entrevistas veio pelos motivos de ficar acordado a noite até tarde e não ter nada o que fazer ou assistir (culpa
do Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Marília Gabriela, esses que
passam na madruga). E logo comentei com um amigo e cá esta !
Rodrigo P: Eu
é que agradeço pela oportunidade e o espaço. Curiosamente, os
clássicos literários nunca fizeram verdadeiramente parte da minha
vida (risos), nunca li Don Casmurro, A Moreninha, Grande Sertão:
Veredas, não por falta de tentativas, mas faltava algo para mim, não
batia comigo. Reconheço a grandeza e importância dessas obras, e
tenho profundo respeito pelo que elas e seus autores significam para
a nossa cultura, mas definitivamente não é meu forte (mais risos).
Eu sempre gostei de escrever, desde meus 10 anos, e nunca tomei
alguém como referência, pois sempre coloquei no papel meus
sentimentos e pensamentos, desde a mais profunda melancolia até a
admiração pelas coisas naturais. Inconscientemente passei por fases
da literatura clássica, como o naturalismo, por exemplo, a qual
acredito ser minha fase preferida, mas passei a ler e a consumir
literatura depois que conheci minha esposa, e hoje com 11 anos juntos
estamos indo para a segunda estante de livros.
BDC: Quais gêneros são mais atrativos para você ?
Rodrigo P: Quando
escrevo procuro não ter barreiras. Eu acho que a literatura, assim
como a música, quando começa a ter grandes limitações perdem o
seu sentido. Então você pode encontrar um texto meu de romance com
referências até a RPG’s, ou pegar um conto de fantasia tão
romântico quanto Romeu e Julieta (risos). Mas para ler, gosto muito
de fantasias, ficções e histórias com referências ou base na
idade média, então gosto muito de Dan Brown, André Vianco, J.R.R.
Tolkien, J.K. Rowling, Stephen King, Bernard Cornwell, Edgar Allan
Poe e Alexandre Dumas Pai.
BDC: O que chama a sua atenção nestes e nos demais contos ?
Rodrigo P: O
que mais me chama a atenção é a capacidade de Dan Brown, por
exemplo, de tecer uma trama fictícia com total encaixe na realidade,
por exemplo, ou a coragem de ousar do André Vianco, indo além de
limites. Por exemplo, tenho conhecidos que não conseguiram
visualizar algumas partes de Os Sete e Sétimo por ser uma situação
totalmente inusitada. Me chama a atenção a capacidade criativa sem
limites de Tolkien e a escrita leve de J.K. Rowling.
BDC: Como começou a ideia de escrever, e de ir para a plataforma blog ?
Rodrigo P: Durante
muitos anos eu escrevi feito um louco. Produzia textos e rasgava-os
em seguida por não ter o que fazer com eles (risos) eu era um
perfeito idiota e muito tímido, não tinha coragem de entregar para
as garotas que eu gostava. Então durante quase 8 anos eu não
produzi nada, a não ser as cartas para minha esposa. Nesse período
eu participei de bandas, gravei um CD, fiz shows, cantei, toquei,
casei, trabalhei, mas este lado meu começou a despertar novamente,
lá no fundo, uma sombra entre as cortinas de vapor, um fio solto na
teia da existência. Junto com o Rafael, um amigo, montamos um blog
de música (o Brave Metal), em que eu escrevia as resenhas, fazia
perguntas para entrevistas, mas ainda me faltava algo. Então em um
belo dia, no escritório, parei e deixei aquela onda me tomar. Saiu
um texto que agradou a muita gente, e me senti bem em colocar aquilo
no papel, então resolvi retomar esse hábito e um velho projeto
chamado Oblivion’s Shore, do qual haverá novidades em breve.
BDC: Na sua opinião, a literatura se valorizou nos últimos anos ?
Rodrigo P: Essa
é difícil (pensando)... A literatura mudou muito, o que é
necessário para sobreviver aos novos hábitos das pessoas e a nova
realidade desse velho mundo. Vivemos em uma época em que tudo é
consumo, tudo entra e sai de moda numa velocidade espantosa, e alguns
autores se adaptaram muito bem a isso. Há alguns anos a saga
Crepúsculo era o que havia de mais sofisticado, hoje já é
considerado cafona por muitos jovens. Por isso eu acho que a
literatura não se valorizou nem desvalorizou, quem ama ler, vai ler
aquilo que ama, mas acho que perdemos autores com capacidade de fazer
obras que atravessem gerações, como Tolkien, Rowling, Pedro
Bandeira, Ariano Suassuna, entre outros. Quem valoriza a literatura é
o leitor, e se o leitor não tem uma boa obra que o “tire” do
mundo, a literatura fica de lado, é cíclico.
BDC: Para finalizar nossa entrevista, deixe uma frase.
Rodrigo P: Ainda
procuro em minha existência o ser que ainda não sou, e não sabendo
ao certo o que sou, vivo sem saber viver, respiro sem saber morrer, e
ainda assim vivo, e penso, e sou.
BDC: Muito
obrigado Rodrigo. Agradeço ao seu tempo para esta pequena entrevista e gostaria de agradecer por suas palavras.
Bem,
é isso. Espero que gostem da nossa primeira materia do
Entrevistando. Que sejamos sempre muito bem influenciados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário