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12 setembro 2014

Soneto

De Álvares de Azevedo

(Oferecido ao meu amigo Luís Antônio da Silva, no dia 2 de junho de 1847, seu aniversário natalício.)


Perdoa se hoje em verso rude não cadente

Ledos os sentimentos de minha alma exprimo:

Tu verás que na arte de poeta eu não primo

Porém verás que só digo o que meu peito sente.





Mas os teus anos que me alegram a mente,

Triste pensamento me faz vir do imo

De meu peito alegre. De ti que eu tanto estimo

Para o ano, em igual dia hei de estar ausente!



Mas se de ti separar-me a extensão tão imensa,

A grande distância que entre nós estiver

Lembrança de ti não me fará perder.



Faz que tua alma a distância também vença,

Neste dia entre os amigos não te esquece

Daquele em quem tua lembrança não fenece.

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