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12 setembro 2020

PRECISO DE VOCÊS!

 Pessoal, venho neste post pedir a ajuda de vocês. 

Comentei há algumas postagens atrás que publicaria alguns contos que estão guardados na gaveta aqui do blog, alguns foram bem vistos e outros não. A maioria sempre foi se contribuição e atualmente o tempo anda escasso para escrever e postar (a ponto de passar alguns dias do horário ou do dia mesmo de postar). 

Então gostaria de sua humilde colaboração: se você gostou da retomada me ajude contribuindo com um conto, caso não gostou, deixe seu feedback para a melhoria e manutenção do blog para futuras postagens. Isso será de grande ajuda.


Bem, é isso. Espero que você que passa aqui no blog goste do conteúdo. Um hobbie bem diferente dos atuais que tenho e muito nostálgico por sinal. Agradeço desse já a atenção de vocês é desejo uma ótima leitura, até mais!

05 setembro 2020

Sobre os faráos.

SEREKH DE WADJSendo o faraó um deus Hórus vivo sobre a terra, desde o surgimento das primeiras fontes escritas que se aplica justamente esse nome ao rei — Hórus. Como o nome da divindade era derivada da palavra Hor, que significa falcão, o termo equipara o rei a um deus original do céu, o deus falcão, o qual outrora navegava na barca solar sobre a abóbada celeste. A ligação da divindade com o soberano é atestada desde o princípio da história egípcia. A forma sob a qual é representada essa estreita conexão é bem característica. Ela se expressa sobretudo no chamadonome de Hórus do rei.
Até a III dinastia (c. 2649 a 2575 a.C.), o nome principal do rei — nome de Hórus — era escrito em um quadro retangular chamado de serekh, como esse que se vê ao lado pertencente ao faraó Wadj, o rei serpente, da I dinastia (c. 2920 a 2770 a.C.). A parte inferior do quadro continha um desenho em forma de fachada de palácio. Na parte superior vinha o nome do rei e o conjunto era encimado pela figura de um falcão — o deus Hórus. Assim o rei tornava-se o substituto terrestre dessa divindade do universo e poderíamos denominá-lo de Hórus do palácio. No caso de Peribsen, da II dinastia (c. 2770 a 2649 a.C.), o animal de Seth substituia o falcão, enquanto que oserekh de Khasekhem era encimado tanto pelo falcão quanto pelo animal de Seth.

HIERO REI DO ALTO E DO BAIXO EGITO
Rei do Alto e
do Baixo Egito
HIERO DUAS DAMAS
As Duas Damas

29 agosto 2020

Khufu e o mago Djedi

O príncipe Djedefhor levantou-se para Falar: "Até agora, a tua majestade só ouviu historias sobre prodígios efetuados por homens sábios de outros tempos. E impossível saber se essas histórias são verdadeiras ou falsas. Mas o que se poderá dizer sobre os feitos de um homem deste tempo que a tua majestade não conhece?"
E sua majestade disse: "Que feitos são esses, meu £ilho?"

Respondeu Djedethor: "Existe um homem chamado Djedli que mora em Djedseneferu, justificado. Tem cento e dez anos de idade, come quinhentos pães, metade de um boi e cem jarros de cerveja, e sabe recolocar uma cabeça separada do corpo, fazer um leão caminhar calmamente atrás dele e ainda sabe o número das câmaras secretas do santuário de Toth."

Ora a majestade do rei Khufu, justificado, sempre quisera saber o número dessas câmaras, a fim de reproduzi-las no seu horizonte. Por isso, mandou que Djedefhor fosse buscar Djedi.
Logo que os barcos de viagem ficaram prontos, Djedefhor partiu da residência real e viajou para sul, rumo a Djedseneferu, justificado, subindo o Nilo. Quando os barcos chegaram à margem, ele seguiu pela estrada sentado numa liteira com varais de ébano cobertos por folha de ouro.

Quando chegou a casa de Djedi, a liteira foi baixada para terra. Então ele levantou-se para saudar Djedi, que estava sentado sobre uma esteira a entrada de casa. Um servidor cobria-lhe a cabeça com ungüento, enquanto outro lhe massageava os pés.
Então o príncipe Djedefhor disse: "O teu estado é semelhante ao de um homem que ainda não atingiu a velhice, se bem que na realidade estejas já envelhecido, perto do momento da morte e do enterro. Estás no estado de um homem que dome de noite sem problemas, que não tem doenças nem acessos de tosse."

É assim que se saúda uma pessoa venerável.


[E Djedefhor disse:] "Vim aqui para te chamar, da parte de meu pai Khufu, justificado. Comerás belos manjares dados pelo rei a quem o serve, e ele far-te-a, depois de uma vida feliz, um belo sepultamento junto a teus pais, que estão na necrópole."
Então Djedi respondeu: "Em paz, em paz, Djedefhor, filho real amado de seu pai Que te recompense o teu pai Khufu, justificado. Que ele te promova entre os anciãos. Possa o teu ka lutar contra o teu inimigo e o teu ka conhecer os caminhos que te levam a porta de Hebesbag."
E assim que se saúda um filho de rei.

Então o príncipe Djedefhor estendeu-lhe as mãos e ajudou Djedi a erguer-se, caminhando com ele de mão dada ate à margem. Em seguida, Djedi disse: "Faz com que me cedam uma barca, para que eu possa levar os meus filhos e os meus livros.>~
Duas barcas com a sua equipagem foram então colocadas a disposição de Djedi, o qual embarcou no barco onde seguia o príncipe Djedefhor. Quando chegaram à corte, o príncipe Djedefhor entrou antes para pôr ao corrente a majestade do rei Khufu, justificado.

Então o prínncipe Djedefhor disse: "Soberano, vida, força e saúde, meu senhor, trouxe comigo Djedi."
Sua majestade respondeu: "Vai e trá-lo aqui."

Depois, sua majestade entrou na grande sala do palácio, vida, força e saúde, e Djedi foi introduzido lá.
Perguntou sua majestade: "Como foi que até ao presente eu nunca te vi, Djedi?".
Respondeu Djedi: "só quem é chamado é que vem, soberano, vida, força e saúde, agora fui chamado e vim."
E perguntou sua majestade: "É verdade, segundo o que se conta, que podes juntar ao corpo uma cabeça cortada?"

Djedi respondeu: "Sim, sei fazer isso, soberano, vida, força e saúde, meu senhor."

Então sua majestade disse: "Tragam-me o prisioneiro que está na prisão para ser executado."
Mas Djedi respondeu: "Não, um ser humano, soberano, vida, força e saúde, meu senhor, porque é proibido fazer semelhante coisa ao gado sagrado [dos deuses]..."

Então trouxeram-lhe um ganso a quem tinham cortado a cabeça, colocando-se o ganso no canto oeste da grande sala e a cabeça no lado leste da grande sala. Djedi pronunciou algumas palavras mágicas, e o ganso ergueu-se, cambaleando, e a cabeça fez o mesmo. Quando as duas partes se juntaram, o ganso levantou-se, grasnando. Depois ele fez o mesmo com outro ganso. E sua majestade mandou que lhe trouxessem um boi cuja cabeça tinha sido cortada. Djedi pronunciou algumas palavras mágicas, e o boi ergueu-se perante ele.

E disse Khufu: "É verdade, como ouvi dizer, que sabes o número de câmaras secretas que há no santuário de Toth?"

Djedi respondeu: "Permita-me a tua majestade dizer que o número não sei, soberano, vida, força e saúde, meu senhor, mas sei onde pode ser encontrado."

Sua majestade perguntou: "Onde está"

Djedi respondeu: "Num cofre de pedra que está numa câmara do templo de Heliópolis, chamada câmara do inventário".
E sua majestade disse: "Vai então buscá-lo para mim."

Djedi respondeu: "Soberano, vida, força e saúde, meu senhor, não posso trazê-lo. Isso tem de ser feito pelo mais velho dos três filhos que estão no ventre de Reddjedet."
E sua majestade disse: "Então que se faça isso. Mas afinal quem e essa Reddjedet?"

Djedi respondeu: "É a esposa de um sacerdote de Rá, senhor de Sakhebu, que está grávida de três crianças de Rá, senhor de Sakhebu. O deus disse que eles exerceriam essa função benéfica de rei e que o primo-gênito deles seria o grande dos videntes em Heliópolis..."

Ao ouvir isso, o coração de sua majestade caiu na tristeza, mas Djedi disse-lhe: "Mas o que e essa tristeza, soberano, vida, força e saúde, meu senhor? É por causa das três crianças? Nota que tu, depois o teu filho e depois o filho dele reinarão antes do primeiro dos filhos de Reddjedet..."

Então sua majestade perguntou: "Quando é que Reddjedet dará a luz?>~

Djedi respondeu: "No décimo quinto dia do primeiro mês do Inverno".

E sua majestade disse: "Ora é justamente nessa altura que os bancos de areia do canal dos Dois Peixes ficam a descoberto, servidor. Já passei por lá. de barco para ver o templo de Re, senhor de Sakhebu."

E Djedi respondeu: "Pois bem, farei com que haja quatro covados de água sobre os bancos de areia do canal dos Dois Peixes..."

Então sua majestade entrou no seu palácio e disse: "Que Djedi entre na casa do príncipe Djedefhor e que viva com ele e que lhe sejam asseguradas rações alimentares de mil pães, cem jarros de cerveja, um boi e cem vegetais..."

E tudo foi Leito de acordo com o que sua majestade tinha ordenado.


Fonte: http://contosencantar.blogspot.com.br/2011/03/khufu-e-o-mago-djedi.html

22 agosto 2020

O arco sob a lua

Por Leandro Radrak

(Este conto se passa na Era dos Dragões, muito antes da Era de Rashidi )


Ônix levou a pata à boca e a lambeu de modo despreocupado, passando-a em seguida no rosto felino. Era um gato peculiar. Um animal feito da mesma pedra que lhe dava o nome. Sua pele era completamente preta, lisa e brilhante, dando ao animal um aspecto mágico. Seus olhos ostentavam um verde intenso e emanavam ansiedade e astúcia.
Ele ignorava seu companheiro mal humorado, que o observava de cima, bufando. Um dragão de ébano que Ônix vira nascer e ajudara a criar, porém, tinha receio, o veria morrer preso nas teias da vingança.
– Estou perdendo meu tempo... – rosnou o dragão ao seu lado, tirando os olhos do felino para encarar o horizonte.
Distantes, nuvens pesadas açoitavam o solo com relâmpagos mudos. Centenas de seres alados se digladiavam, soprando fogo, gelo, energia pura ou líquidos diversos. Também invocavam feitiços ancestrais, comandando os elementais e pintando no horizonte um colorido quadro de caos e destruição.
– Seu inimigo não está lá. – resmungou o gato, assumindo uma pose austera.
– Não ainda...
– Que tal uma história, meu bom Sukemarantus? Algo para acalmar sua ansiedade? Tenho algo na ponta da língua que combina com a guerra de estupidez épica que vemos à nossa frente. Algo que faz frente a tal paisagem de morte entre nossos irmãos. – sugeriu Ônix, com tom maroto.
– Tenho escolha? Vejo que é por isso que você me mantém aqui.
O gato se espreguiçou, saltou para uma rocha mais alta e encarou o companheiro. Tinha um sorriso vitorioso entre os bigodes.
– Juro que um dia eu o engulo. – rosnou o dragão.
– Você poderia tentar, mas creio que seria indigesto se eu assumisse minha forma draconica dentro de você...

15 agosto 2020

O marido enganado

O príncipe Khafré levantou-se para falar: “Vou contar à tua majestade um prodígio que aconteceu no reinado do teu pai Nebka, justificado, quando ele foi ao templo de Ptah, senhor de Ankhhtaui”.
Ora quando sua majestade foi a Ankhtaui, chamou o sacerdote leitor chefe Ubaoner. Aconteceu que a mulher de Ubaoner se apaixonou por um homem da cidade e mostrava a sua afeição mandando presentes de roupa pela sua serva. Sempre que havia condições, ela mandava a serva levar o seu amante até à casa de Ubaoner. Aí o homem da cidade dizia à esposa de Ubaoner: “Há um pavilhão no jardim, pois bem, vamos lá passar um momento feliz.”
Então a mulher de Ubaoner disse ao servidor encarregado do jardim: “Faz preparar o pavilhão que está no jardim”.
Em seguida ele e ela passaram o dia a beber. Quando escureceu o homem da cidade desceu para o lago, a fim de ali se purificar enquanto a serva procurou o encarregado do jardim e contou-lhe o que sua ama tinha feito.

Logo que nasceu o dia seguinte, a primeira coisa que o encarregado do jardim fez foi procurar o seu senhor Ubaoner e contar-lhe tudo o que ouvira da serva. Então Ubaoner ordenou ao encarregado do jardim que fosse buscar a sua caixa mágica. Era uma caixa maravilhosamente elaborada, feita de ébano com decorações de ouro. Depois Ubaoner tirou dela uma espécie de cera e fez um modelo de crocodilo com sete côvados de comprimento. Recitou então encantamentos mágicos sobre modelo de crocodilo e disse-lhe: “Quando alguém chegar para se banhar no meu lago, apodera-te dele.”
Depois de ter dito a sua fórmula, Ubaoner entregou o crocodilo ao encarregado do jardim e disse-lhe: “Espera o momento em que o tal homem entrar no meu lago para tomar banho, segundo o seu costume diário: lança então este crocodilo na água na direção dele.”
O encarregado do jardim retirou-se, levando com ele o crocodilo de cera. Pouco depois, a mulher de Ubaoner disse ao encarregado do jardim: “Faz preparar o pavilhão que está no meio do jardim, porque eu quero passar lá um momento.”

09 agosto 2020

O conto de Sinuhe

A história de Sinuhe se passa durante o reinado do faraó Sesóstris I (1971 a 1926 a.C.)

Conhecida como As Aventuras de Sinuhe, seu autor é desconhecido, mas ela é muito bem escrita e gozava de grande popularidade em seu tempo, tanto que era considerada um clássico nas escolas egípcias e, em função disso, foi copiada pelos alunos inúmeras vezes, sendo que várias dessas cópias chegaram até os nossos dias. Acima um exemplo: um trecho da narrativa gravada em pedra. É algo como se o Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, pudesse ser lido em cópias escolares no ano 5900 da nossa era.
Em mais de 300 linhas é feita a narrativa da vida de um personagem fictício e nela encontramos intriga, aventura, lealdade e redenção. O herói parece ter sido um próspero administrador do harém do faraó Amenemhet I (1991 a 1962 a.C.), cujo reinado testemunhou a expansão da esfera egípcia de influência no Sinai e na área da Síria-Palestina e introduziu um tempo de grandes atividades construtivas e de renascimento literário e artístico. Segundo os estudiosos, os detalhes inseridos na narrativa estão notavelmente próximos da realidade e são histórica e arqueológicamente corretos. A acurácia também se estende aos costumes sociais dos diferentes povos com os quais Sinuhe entrou em contato. Convém esclarecer que não foi o conto egípcio que inspirou o escritor finlandês Mika Waltari ao escrever seu romance O Egípcio, no qual o herói também se chama Sinuhe. A personagem de Waltari é um médico que vive no tempo do faraó Akhenaton (c. 1353 a 1335 a.C.).

A história é escrita na primeira pessoa, ou seja, o próprio Sinuhe narra suas aventuras. Ele conta que Sesóstris I, filho mais velho do então faraó Amenenhet I, estava retornando de uma expedição punitiva contra os líbios quando mensageiros, vindos do palácio, vieram lhe informar que seu pai havia sido assassinado. O fato ocorreu "no ano XXX, terceiro mês da estação da inundação, dia 7", data que os egiptólogos determinaram com precisão como sendo 15 de fevereiro de 1962 a.C. O príncipe retorna imediatamente para a capital. Outros mensageiros, pertencentes ao grupo dos assassinos, também chegam para dar a notícia a um meio-irmão de Sesóstris, em cujo benefício se cometera o crime. Por acaso e escondido, Sinuhe os ouviu e relata em sua história:

01 agosto 2020

A protegida de Maria

Na orla de uma extensa floresta morava um lenhador e sua esposa. Eles tinham apenas uma filha, que era uma menina de três anos. Mas eles eram tão pobres que não tinham mais o pão de cada dia e já não sabiam o que haveriam de dar-lhe para comer. Certa manhã o lenhador foi com grande preocupação até a floresta para cuidar de seu trabalho e, quando estava cortando lenha, lá apareceu de repente uma mulher alta e bela que trazia na cabeça uma coroa de estrelas cintilantes e lhe disse “Sou a Virgem Maria, mãe do Menino Jesus, e tu és pobre e necessitado: traga-me tua filha, vou levá-la comigo, ser sua mãe e cuidar dela.”
 O lenhador obedeceu, foi buscar a filha e entregou-a à Virgem

Maria, que a levou consigo para o Céu. Lá a menina passava muito bem, comia pão doce e bebia leite açucarado, e seus vestidos eram de ouro, e os anjinhos brincavam com ela. Quando completou quatorze anos, a Virgem Maria a chamou e disse
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