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05 agosto 2013

A lenda de Cronos

Filho de Urano e Géia. O mais jovem dos Titãs. Se tornou senhor do céu castrando o pai. Casou com Réia, e teve Héstia, Deméter, Hera, Ades e Poseidon.

Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca. Mais tarde Zeus voltou, deu ao pai um remédio que o fez vomitar os filhos, e logo depois o destronou e baniu-o no tártaro. Cronos escapou e fugiu para a Itália onde reinou sobre o nome de Saturno. Este período no qual reinou foi chamado de "A era de ouro terrestre".
Cronos, o "dos pensamentos pérfidos", é o mais novo dos Titãs, filho de Geia, a Terra, e de úrano, o céu estrelado. Foi o único a escutar o pedido de sua mãe, quando Geia, a fim de pôr termo à sua própria escravatura e à dos seus filhos, decidiu armá-lo para que ele vencesse úrano. Com efeito, este, horrorizado com a sua descendência, mantinha-a prisioneira nas entranhas de sua mãe, a Terra. Então Cronos, com um golpe de foice, cortou o órgão sexual de seu pai, afastou-o do poder e apoderou-se do Universo.

A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua idade de ouro.

Cronos casou com a sua irmã Reia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três raparigas, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Posídon e Zeus.

Ora, para evitar que um dos seus descendentes reproduzisse, em seu proveito, a aventura que o tornara rei, Cronos tinha prometido aos seus irmãos mais velhos não ter descendência. Por outro lado, os seus pais tinham-lhe prognosticado, caso ele tivesse filhos, o mesmo destino que tivera seu pai. Assim, Cronos agiu com os seus filhos tal como úrano tinha feito no passado. Mas fez ainda pior, devorou-os à medida que eles iam nascendo.

Desesperada, Reia procurou uma solução, e por conselho de sua mãe decidiu, quando estava grávida de Zeus, refugiar-se em Creta, a fim de que a criança aí nascesse. Assim aconteceu e Geia recolheu o bebé, levando-o para ser educado com os filhos do rei.

Entretanto, Reia apresentou a Cronos uma pedra envolta em panos, que ele engoliu, sem desconfiar.

A infância de Zeus desenrolou-se entre os carvalhos do monte Ida. E para que Cronos não escutasse o seu choro, os Curetes, sacerdotes-soldados de Reia, simulando praticar danças sagradas, faziam retinir os bronzes dos seus escudos.

Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse efeito o Apolo de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o obrigou a restituir os filhos que tinha devorado.

Então Zeus afastou-o do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes, precipitando-o, seguidamente, no mundo subterrâneo, onde Cronos foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder a Zeus e aos seus partidários.

Segundo outras tradições, Cronos teria sido, simplesmente, adormecido e levado para a ilha misteriosa de Tule ou teria sido exilado como rei para um sítio ideal onde o "solo fértil produzia colheitas três vezes por ano" e onde se teria prolongado esta idade de ouro, definitivamente terminada com o aparecimento da terceira geração, a de Zeus e dos Olímpicos.

Quanto à famosa pedra, instrumento de liberdade e de vitória, repelida mais tarde por Cronos, mereceu a atenção de Zeus, que a transportou para o futuro lugar de Delfos, a fim de aí ser venerada ao longo dos séculos.

Cronos foi, por vezes, assimilado ao deus fenício Baal, a cujo ídolo eram sacrificadas as vítimas humanas.

A lenda de Cronos figura no tecto da Sala dos Elementos no Palácio Vecchio (Florença), pintado por Vasari. Goya representou Cronos devorando os seus filhos (Madrid, Prado).

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