O Ponto Final
Às margens da orla marítima.
O filho bastardo da Rainha Catarina de Médici, o primeiro doente e ignorante de sua identidade, morto, pela primeira vez, pelos guardas de elite do rei, quando este fora ameaçado pelo monstro, ainda no início de sua infecção, enviado como arma para o novo mundo, agora se deliciava com o seu “povo”. Quase uma centena de monstros, mais da metade do total, os mais jovens e fracos, havia partido para despedaçar o invasor que se apresentara outrora e trazer à tona a selvageria proveniente de suas atuais condições.
– Meus filhos! – dizia ele em alta voz.
O local era uma baía. Tochas espalhadas por toda a orla iluminavam o lugar. Uma grande embarcação estava ancorada, pronta para partir e agir contra qualquer afronta, ela ainda possuía, hasteada em seu mastro, a bandeira de seu país de origem.
– Os seres inferiores desta terra recusam a minha bênção! Acreditam que tal divindade é uma maldição, têm medo da mudança que ofereço. Tornamo-nos deuses! Mas desejam continuar medíocres entre os demais!
Ao seu lado, os dois mais poderosos monstros, os mais velhos após o bastardo, completavam a tríade.
– Pois bem, – continuava ele. – meus dois filhos mais velhos ficarão para liderar o povo que se levanta, esperarem aqueles que seguiram em caçada retornarem, enquanto eu partirei com mais alguns para o velho mundo para extinguir com aqueles que não aceitarem as minhas bênçãos.
Seu olhar era de um ser completamente sem humanidade.
Sobre os cumes dos montes em meio à escuridão.
Esgueirando-se para que não fossem vistos, os demais guerreiros preparavam a sua investida. Observaram que sequer havia alguém no posto de vigia, todos haviam partido atrás de Victor. Eles continuavam a prosseguir. Depardieu observava a todos os guerreiros que o acompanhavam, foi então que fitou o mar e percebeu, ao longe, dentre a névoa noturna que se levantava, o que só poderia ser luzeiros de uma embarcação. Os guerreiros se olharam, percebendo a vantagem que possuíam. Prepararam os seus mosquetes.
– Se tivéssemos combinado, – era Lien. – não teria dado tão certo.
– Essa sorte, – observou Depardieu. – não teremos novamente...
Às margens da orla marítima. Às margens da orla marítima.
O filho bastardo da Rainha Catarina de Médici, o primeiro doente e ignorante de sua identidade, morto, pela primeira vez, pelos guardas de elite do rei, quando este fora ameaçado pelo monstro, ainda no início de sua infecção, enviado como arma para o novo mundo, agora se deliciava com o seu “povo”. Quase uma centena de monstros, mais da metade do total, os mais jovens e fracos, havia partido para despedaçar o invasor que se apresentara outrora e trazer à tona a selvageria proveniente de suas atuais condições.
– Meus filhos! – dizia ele em alta voz.
O local era uma baía. Tochas espalhadas por toda a orla iluminavam o lugar. Uma grande embarcação estava ancorada, pronta para partir e agir contra qualquer afronta, ela ainda possuía, hasteada em seu mastro, a bandeira de seu país de origem.
– Os seres inferiores desta terra recusam a minha bênção! Acreditam que tal divindade é uma maldição, têm medo da mudança que ofereço. Tornamo-nos deuses! Mas desejam continuar medíocres entre os demais!
Ao seu lado, os dois mais poderosos monstros, os mais velhos após o bastardo, completavam a tríade.
– Pois bem, – continuava ele. – meus dois filhos mais velhos ficarão para liderar o povo que se levanta, esperarem aqueles que seguiram em caçada retornarem, enquanto eu partirei com mais alguns para o velho mundo para extinguir com aqueles que não aceitarem as minhas bênçãos.
Seu olhar era de um ser completamente sem humanidade.
Sobre os cumes dos montes em meio à escuridão.
Esgueirando-se para que não fossem vistos, os demais guerreiros preparavam a sua investida. Observaram que sequer havia alguém no posto de vigia, todos haviam partido atrás de Victor. Eles continuavam a prosseguir. Depardieu observava a todos os guerreiros que o acompanhavam, foi então que fitou o mar e percebeu, ao longe, dentre a névoa noturna que se levantava, o que só poderia ser luzeiros de uma embarcação. Os guerreiros se olharam, percebendo a vantagem que possuíam. Prepararam os seus mosquetes.
– Se tivéssemos combinado, – era Lien. – não teria dado tão certo.
– Essa sorte, – observou Depardieu. – não teremos novamente...
Os monstros escutavam ainda com total devoção o seu mestre. Estava tudo pronto. Parte esperaria os demais irmãos retornarem da investida contra o invasor, parte seguiria com o seu senhor. Estava tudo dentro dos conformes. O filho bastardo começou a seguir para o navio, foi quando ele farejou outro odor.
O disparo seguinte acertou a sua testa, jogando-o por terra.
Os demais monstros olharam, tomados pela surpresa, para onde havia vindo o disparo, assumindo posições de defesa, como de feras prontas a dar o bote.
Mais dois estampidos se escutaram de cima dos montes, certeiros nos irmãos mais velhos, estourando as suas nucas. Outros dois arrancaram as suas cabeças.
As feras partiram em direção dos agressores.
Qual não foi a surpresa ao ver um navio, de bandeira espanhola, invadindo a baía e disparando contra o navio ancorado.
Os guerreiros selvagens, liderados por Avaantã, seguidos pelo grupo montado por Dom Eurico, desceram rapidamente os montes anunciando o início da batalha. O fogo dos disparos de canhões levantou-se fortemente sobre o convés do outrora navio francês. Os monstros pareciam desnorteados com a surpresa. O barulho era intenso. Os primeiros golpes com tacapes começaram a ser dados, espatifando os miolos dos monstros pela areia, tingindo o solo de sangue. As feras se arremessaram sobre os guerreiros selvagens, estraçalhando as suas carnes, gritando e rugindo.
O grupo responsável por deter o navio, liderados por Depardieu, invadiram o convés. Alguns monstros seguiram para a embarcação, os selvagens posicionaram-se para defender o francês. Foi uma luta brutal. Alguns selvagens tiveram suas vísceras expostas, morrendo instantaneamente. Alguns monstros tiveram os seus crânios arrombados, permitindo que os seus miolos saltassem sobre o convés. A cabeça de um selvagem foi arrancada. Em contra-partida, arrancavam, com as mãos, a carne da nuca dos monstros.
Depardieu preparou um canhão apontando para assoalho do navio, acendeu o pavio. Correu em direção à saída, haviam sobrado apenas alguns guerreiros, o seguiram. Depardieu e os outros estavam prestes a sair do barco, porém, foram cobertos pela surpresa. O filho bastardo da rainha havia subido ao convés. Todos pararam, armaram-se. Eurico e os demais guerreiros estrangeiros subiram o navio e o cercaram.
De súbito, do navio espanhol, ouviu-se novos estampidos. O pavio que Depardieu havia preparado acabou extinguindo-se. Eurico e o seu grupo conseguiram recuar.
Os disparos dos canhões destruíram o navio, alçando ao céu gigantescas labaredas de fogo. Destroços foram arremessados a uma distancia incrível. Depardieu e os demais foram jogados para a terra, sentindo o calor da explosão às suas costas. O manto de Depardieu ficou em chamas, ele o retirou rapidamente. Os demais guerreiros indígenas estavam deveras feridos, as peles de suas costas estavam todas queimadas, mas não demonstravam dor. O francês procurou pela criatura, não encontrou nada.
A embarcação espanhola aproximou-se da orla, sem temer acertar um banco de areia, a exemplo do navio que acabara de explodir. Guerreiros espanhóis saltaram da embarcação, preparando os seus mosquetes e disparando contra os monstros. A medida que o fogo desprendia, sacavam as suas espadas de uma e duas mãos. Dentre eles, dois guerreiros se destacavam. Um tinha uma aparência dos povos do deserto e carregava uma espada sarracena, seu nome era Abd El-Ramahn. O outro era o líder da nau, um cavaleiro alto e bem constituído, trazendo uma espada presa ao cinto. Seu nome era Dom João Afonso Esteves de Sevilha, o Guerreiro Segundo o Coração de Deus.
Dom Eurico não conteve o sorriso ao ver o seu amigo.
– Terminem logo com isso, minhas crianças! – ordenou o espanhol em sua língua.
A batalha continuava.
Avaantã e Japira lutavam lado a lado. Suas armas estalavam com força. Um monstro avançou sobre os selvagens, tentando mordê-los, a faca de pedra de Japira atravessou a goela, torcendo-a em seguida e puxando para o lado, o monstro a olhou como uma fera, avançou contra ela. Japira cravou a faca atravessando a carne do seu queixo, tocando o cérebro, torcendo para o lado e quebrando o pescoço. Largou-o e seguiu para o próximo adversário.
Avaantã demonstrava a sua força com eficiência e habilidade. Cada golpe acertava unicamente a cabeça do adversário. Ele avançou contra o primeiro, tudo parecia ocorrer lentamente. Seu tacape quebrou a cabeça do monstro, jogando-o inerte no chão. Avançou contra o próximo, golpeando primeiramente a perna em um arco para cima, arremessando-o no ar e acertando a sua cara em seguida, pressionando a sua cabeça contra o solo, espatifando-a. O seu tacape ascendeu em seguida, na direção do pescoço de outro monstro, quebrando-o sem pena. Uma fera saltou em sua direção, o líder selvagem o golpeou em pleno ar, atacando de cima para baixo, pisoteando a sua cabeça para ele não levantasse mais. Outro monstro surgiu de repente, o selvagem agarrou-o pelo pescoço, golpeando a sua cabeça.
A batalha era feroz, mas não parecia correr para uma vitória. Os monstros, apesar de em menor número, eram fortes. Os guerreiros selvagens haviam recebido o reforço dos soldados espanhóis. O navio francês estava destruído.
Dom Esteves e o nobre Árabe também envolveram-se na luta, golpeando os monstros e descobrindo que eles eram muito mais resistentes que homens comuns, observação passada aos soldados espanhóis rapidamente:
– Mirem a cabeça! – era a ordem de Esteves. – Eles não são humanos! Não tenham pena!
Os monstros imperavam uma certa vantagem, poucos eram os guerreiros que conseguiam igualar em força e habilidade com aquelas bestas, apesar do reforço espanhol. A carne de muitos selvagens e de soldados espanhóis era facilmente dilacerada pelos monstros.
Dom Eurico e Depardieu procuravam avidamente pelo foco da praga, o filho bastardo da rainha. Foi quando Dom Eurico se viu cercado por dois monstros, o primeiro atacou, porém Eurico conseguiu bloquear o ataque arrancando a mão do adversário e, em seguida, a cabeça, porém não se viu livre da outra fera que pulou sobre ele, o derrubando com facilidade. As garras do monstro alçaram ao seu pescoço, mas sua cabeça foi decepada por Depardieu. Este ajudou Eurico a se levantar rapidamente.
Eurico observou o campo de batalha. Sir Gregory, Lien, Sir Ray, Dom Esteves e Abd El-Ramahn eram exímios guerreiros, conseguiam lutar de igual para igual e ainda demonstravam maior habilidade, matando o maior número de bestas. No entanto, muitos outros aliados não tinham a mesma sorte. A batalha estava equilibrada.
– Eles são muitos! – gritou Dom Esteves. – Imediato! – ordenou. – Preciso que mire os canhões para cá! Leve alguns homens! E preciso já!
– Mas, senhor, – tremeu a voz. – isso vai matar a todos nós!
– Prefiro sacrificar-me a ver esses monstros escaparem arrancando as nossas vidas! Se vir que iremos perder, não pense duas vezes antes de acender o pavio! Vai!
– Ótima batalha! – gritou o árabe em sua língua. – Inimigos à altura do que podemos oferecer!
– Não pense que pode ficar brincando de jovem guerreiro, velho árabe! – retrucou Esteves. – Vamos eliminar esses inimigos, como o combinado, e retornar para o velho mundo.
Depardieu já não se assustava com mais nenhum guerreiro estranho que viesse a se apresentar próximo a Eurico.
Avaantã e os demais guerreiros perceberam a ordem do espanhol e concordaram.
– Se não os vencermos, – era o selvagem. – este será o melhor destino! Ninguém sairá vivo!
Um monstro avançou sobre Sir Gregory, Lien arremessou o seu punhal, golpeando a nuca.
– Ei! – disse ela. – Não vou compartilhá-lo com ninguém!
Eurico continuava a buscar com o olhar o filho bastardo, Depardieu também o buscava. Outra besta avançou, Depardieu atacou as suas pernas, arrancando-as. Eurico fez o mesmo com os braços. O nobre português o agarrou pela gola.
– Onde está o seu senhor? – perguntou com autoridade.
Sir Ray se viu cercado, todos os guerreiros indígenas próximos a ele haviam sido mortos. O samurai estrangeiro olhou para as feras que se acharam em maior número e em clara vantagem física. Respirou profundamente, embainhando a espada e tomando posição de ataque, deixando a sua katana liberada com o polegar esquerdo. As feras avançaram enquanto o cavaleiro desembainhava a sua espada em um golpe, cortando o ar à sua volta, atacando o maior número de adversários com um único golpe, mirando, se possível, o pescoço. Três caíram à sua frente, decapitados, dois conseguiram, mesmo feridos, porém ignorando o golpe, avançar sobre ele, o derrubando.
– Ray! – era Sir Gregory correndo para auxiliá-lo, sua espada chinesa decapitou um rapidamente, o outro ainda fitava Sir Ray quando sentiu um punhal cravando-se em sua nunca. Lien aproximou-se rapidamente para recolher o punhal de volta.
– Não vá virar almoço de ninguém. – aconselhou a guerreira.
A luta continuava.
– Onde está o seu senhor? – insistia Eurico.
– Fale onde está aquele maldito bastardo! – era Depardieu gritando em sua língua nativa.
O monstro sorriu.
– Vocês insultam a minha raça. – retrucou a criatura em francês.
– Fizemos uma pergunta! – era Eurico entendendo o que ele havia dito.
A batalha acontecia ao redor.
– Vamos riscar a raça humana da face da terra, pode ter certeza. – continuou em francês.
Depardieu entendeu que ele não diria.
– Avaantã! – gritou.
O selvagem olhou de volta.
– Precisamos encontrar o maldito líder! – concluiu.
Avaantã olhou ao redor, verificou rapidamente com o olhar o local onde o bastardo havia desaparecido, farejou, olhou para um rastro, começou a correr rapidamente. Depardieu e Eurico o seguiram, apartando-se do campo de batalha.
De súbito, ouviu-se o estampido de tiros de canhões e seu imediato estouro. Era o imediato de Esteves com mais alguns homens, disparando com o máximo de atenção, tentando acertar apenas os infectados. Dom Esteves entendeu: parecia que estavam perdendo a batalha.
– Muito bem, – disse ele. – não vou perder aqui ou isso vai se tornar pessoal!
Mais alguns disparos de canhões, levantando ao ar alguns monstros.
– Vamos lá, homens! – continuou Esteves. – Vamos terminar isso agora! Essas bestas se acham invencíveis? Então vamos mostrar a elas que não são deuses!
Sua espada correu sobre mais alguns monstros, estes resistiam aos ataques, porém Sir Ray e Sir Gregory vinham em apoio. O árabe atacava com perfeição, eliminando os monstros com apenas um golpe. Mais alguns disparos de mosquetes foram deflagrados, mirando as cabeças. Mais alguns detonações de canhões. O árabe posicionou a sua espada, atacando mais adversários. Os monstros se sentiram acuados. Uma linha clara se formou entre as duas frentes de batalha. Novos disparos se irromperam, fogo à vontade. Os monstros recuaram. Muitos foram jogados com os seus corpos dilacerados. Mais uma salva de canhões queimou-os com força, as bestas se viram em desvantagem. Começaram a fugir para o interior da floresta. Os guerreiros selvagens não enxergaram vitória alguma, sequer disseram uma palavra, partiram no encalço do inimigo.
Dom Esteves, Abd El-Ramahn, Sir Ray, Sir Gregory e Lien observaram em volta e se detiveram. Apenas alguns selvagens haviam ficado para trás, justo para queimarem os corpos. Alguns tripulantes espanhóis também estavam no campo, agora vazio.
– Conseguimos. – comentou Sir Gregory. – Agora precisamos queimar os corpos.
Sir Ray aproximou-se do espanhol e do árabe.
– Obrigado por nos ajudar novamente, – disse. – é a segunda vez que recebo o seu apoio.
Esteves sorriu.
– Onde está o nobre Eurico? – perguntou o árabe de repente.
– E Depardieu? – complementou Lien.
A guerreira Japira ainda se encontrava no campo de batalha.
– Ele partiu no encalço do primeiro monstro juntamente com o selvagem e o francês. – era Sir Ray.
Sir Gregory virou-se para Japira.
– Tem como rastreá-los? – perguntou em um português cheio de sotaque, mas a guerreira entendeu, fez sinal para que os demais guerreiros selvagens o procurassem.
Os guerreiros selvagens, espanhóis e de outras nações adentraram a floresta. Enveredaram-se por entre a mata. Os indígenas seguiam à frente, procurando rastros quase imperceptíveis, cortando pequenos córregos, transportando pequenos morros e abismos. Desceram um íngreme barranco, cobertos de árvores. Encontraram um rio. Os guerreiros pararam. Os selvagens olhavam para o outro lado do rio.
– Eles atravessaram ou seguiram o rio. – concluiu Japira. – Teremos sorte se tiverem atravessado.
De súbito, Avaantã foi arremessado da outra margem, atravessando o rio e caindo ao lado dos seus guerreiros. Todos se espantaram. Avaantã recobrou-se lentamente, levantou-se, olhou para as árvores do outro lado do rio, colocou o seu tacape em riste e pôs a atravessá-lo, sem dizer uma única palavra. Estava muito ferido.
Os demais guerreiros o seguiram.
Os guerreiros atravessaram o rio e se embrenharam na mata densa. Foi quando fitaram Depardieu, muito ferido, golpeando o monstro com a sua espada, com um ataque seguindo de baixo para cima, rasgando a fronte do adversário, enquanto Eurico, também muito ferido, golpeava na altura do pescoço, tentando decapitá-lo em vão, sua espada cravou-se na carne do monstro, ele sequer sentiu o golpe.
O filho bastardo da rainha estava muito alterado fisicamente. Ele parecia bem maior, havia perdido todos os cabelos da cabeça, sua maça muscular estava extremamente muito acima do normal, super-hipertrofiada. Suas vestes estavam rasgadas, não suportaram tamanho crescimento. Seus dentes estavam pontiagudos, suas pupilas dilatadas ao ponto de cobrir toda a parte banca do olho. Ele parecia agora estar com quase dois metros e meio de altura. Mais nada havia nele que lembrasse que já fora um ser-humano.
Avaantã retornou à luta, golpeando de cima para baixo, quase quebrando o tacape na cabeça do monstro, este sorriu. Aquela criatura era mais forte que qualquer monstro enfrentado até ali.
A criatura agarrou o francês pelo pescoço, levantando-o no ar e preparando para fincar as garras das mãos na altura de seu abdômen. Um punhal rapidamente cortou o ar, fincando em seu olho, era Lien, porém o filho bastardo da rainha sequer largou o francês. Uma série de flechas cravaram-se em sua carne. Eurico atacou o braço que o segurava com a sua espada curta, em vão. O monstro apertou o pescoço de Depardieu, iria perfurar o abdômen e quebrar o seu pescoço, este fincou a sua espada no outro olho, tentando, talvez, atingir o cérebro.
O monstro nada pronunciou.
Depardieu empurrou a espada com toda a força que tinha, sentiu a lâmina entrando em algo menos resistente. A criatura largou o francês, estava cega com duas armas fincadas em suas vistas, parecia descontrolada, atacando o vazio ao seu redor. Cambaleou um pouco. Depardieu, Eurico e Avaantã recuaram.
A criatura parecia sem orientação, foi quando ele começou a se guiar pelo odor, sentindo os guerreiros ao seu redor. Ray aproximou-se, colocando-se à frente do monstro, este avançou. O samurai estrangeiro sacou a sua espada em um único golpe, fazendo o monstro recuar, rasgando a sua carne. Ray colocou a espada acima da cabeça em seguida, descendo-a rapidamente. Estes dois golpes, em pessoas normais, seriam fatais.
Sir Gregory, Abd El-Ramahn e Esteves posicionaram-se. Monstro sentiu as suas presenças, virou-se para atacá-los. Esteves sacou a sua arma de fogo e deu mais um dispara em sua testa. Sir Gregory atacou o pescoço, Abd, a nuca.
O monstro cambaleou mais uma vez.
– A sua doença termina aqui. – concluiu Depardieu.
O francês sacou a sua espada curta, aproximou-se do monstro, este tentou atacar, mas sentiu a sua garganta sendo perfurada rapidamente, até alcançar a base da nuca.
O monstro tombou.
Todos os guerreiros olhavam, muitos estavam feridos, inclusive com mordidas. Seriam transformados em poucos dias.
– O que faremos? – era um dos selvagens se dirigindo a Avaantã. – Ou morremos por suas mãos ou morreremos pela doença.
– Ninguém mais irá morrer aqui. – retrucou o líder selvagem. – Queimem os corpos, inclusive deste monstro. Os que estão apenas feridos, retornem para a aldeia. Vamos ver se houve alguma descoberta por parte dos curandeiros.
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