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13 novembro 2014

Contos Zumbi - A guerra pela sobrevivência da raça humana [parte 03]

Momentos antes



Há dois quilômetros do riacho, onde se encontrava Tom naquele momento, Maria e Lenny, que carregava Sofia no colo, corriam como loucos em busca de um abrigo para cuidar de sua filha. Um errante conseguiu morder o ombro da garota. O pai da pequena já tinha ciência do que acontecia com quem era infectado, mas nem ele nem a mãe da garota queriam dar o braço a torcer. Os sintomas apresentados apontavam que o tempo da garotinha era pouco. A preocupação de Lenny era tamanha que ele não notara a distância que já tinham percorrido desde que começaram a fugir do grupo de errantes que os atacou horas antes.

- Ei, Maria, veja, uma casa, vamos, quem sabe alguém pode nos ajudar?

Não demorou para o tom de esperança da voz do rapaz virar desespero:

- MARIA! MARIA! ONDE VOCÊ ESTÁ? – Começou a gritou ao perceber que sua parceira já não estava mais ali.
Lenny não tinha notado, mas em alguma parte do trajeto Maria havia ficado para trás. Tentando conter as lágrimas, ele olhou para a filha e tentou focar seus esforços na criança. 

- ALGUÉM EM CASA? POR FAVOR, PRECISAMOS DE AJUDA! ALGUÉM, POR FAVOR! – tentou argumentar inutilmente enquanto batia na porta.
Sem saber o que fazer só pensou em uma coisa, arrombar a porta e buscar remédios para Sofia. Não precisou dar três soladas naquele pedaço de madeira para que ela viesse abaixo. Pronto, eles conseguiram entraram, agora era só fazer uma rápida varredura e começar os cuidados com a criança.



- Minha filha, descanse aqui, o papai já volta.

Em poucos segundos ele percorreu toda casa, ela estava limpa de infectados, pelo menos por ora. Sem se dar conta, enquanto Lenny chamava por Maria, ele conseguiu atrair a atenção de alguns errantes que estavam por ali. 

- Wuâââââââââââââââââããããããã...........

Ouvindo àquele som familiar ele foi até a porta e viu dois zumbis entrando. Rapidamente ele sacou seu 38 e deu dois tiros certeiros na cabeça. Ambos caíram e ficaram por ali mesmo. Com passos acelerados ele vasculhou a casa em busca de algum lugar seguro. Olhando para o chão da cozinha achou algo diferente, parecia uma passagem subterrânea. Se aproximando mais pode ver que era um alçapão. Ele o abriu. - Que bom, acho que a Sofia ficará em segurança aqui enquanto procuro Maria. 
Voltou até o local que tinha deixado a pequena: - Filha, filha, acorda filha, vem no colo do papai. Tudo vai ficar bem, eu prometo. – Disse estas últimas palavras com lágrimas nos olhos. Com todo cuidado ele desceu Sofia até a parte inferior da casa e a acomodou. Seu coração estava apertado, não queria deixar a filha ali, mesmo que por uns instantes, mas também não poderia deixar sua parceira lá fora. Dali alguns instantes Sofia já não seria mais a mesma, mas isso o pai da garota jamais saberia. Lenny saiu do local, fechou o alçapão e antes de procurar a mulher resolver buscar alguma arma ou munição extra que pudesse ajudá-lo. No quarto achou um baú, soldado ao chão e lacrado com um cadeado. Independente do que tivesse lá, tinha que ser algo de útil, afinal estava bem guardado. Abriu o tambor de sua arma e viu que ainda lhe restavam duas balas.
Mirou com todo o cuidado para não errar o alvo e atirou. O impacto da bala foi o suficiente para quebrar a tranca. Com certo esforço abriu a pesada tampa e pode ver o que de tão precioso havia ali. Três mechas de cabelos, duas enroladas em uma fitinha azul e uma outra mecha numa fitinha rosa, três pequenas correntes de ouro, onde o pingente era um dentinho de criança, fotos de toda uma família reunida, desenhos riscados a giz de cera no papel sulfite e um álbum de casamento. O restante eram diplomas, documentos e uma pequena quantia em dinheiro. Nada de remédios, armas ou munições.
Antes que Lenny pudesse praguejar a peça que o destino lhe aplicara, o rapaz foi surpreendido por dois errantes que o pegaram pelas costas. O pobre rapaz não teve tempo de dar qualquer investida, a última coisa que pode ver antes de morrer foi sua barriga sendo rasgada por mordidas de um zumbi enquanto o outro continuava tentar morder seu pescoço.

Fonte: http://mortosfamintosorigem.blogspot.com.br/2012/12/contos-do-apocalipse-zumbi-guerra-pela.html

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