Assim me lembrei das palavras de minha amada. Eu estava morto sim,
pois tinha uma vida dependente dos sucessos de meus pais. Mas poderia
viver novamente. E assim terminei meus estudos, formei-me, fui dar
aula de filosofia num seminário e depois numa faculdade que acabou
sendo incorporada, posteriormente, a uma universidade federal. Casei
e tive filhos. Viajei pelo mundo. Mas meu único objetivo era
reencontrar aquela garota. O tempo ia passando para mim, deixando
suas marcas. Herdei uma fortuna de meus pais. Fiquei viúvo aos 59
anos. Quando ultrapassei os setenta anos doei meus bens a meus
filhos, à exceção da mansão onde vivia, buscando evitar para eles
o martírio de um inventário.
29 novembro 2013
27 novembro 2013
Jovem e Bela como sempre (Continuação)
Foi assim que eu a conheci há mais de setenta anos. Ela me olhou
profundamente. Seu corpo era esguio, ágil e leve. Sua pele morena e
suave, as mãos, que seguravam meu pescoço e minha nuca, firmes. Os
braços compridos e fortes. As pernas também fortes, as ancas
discretas. Cabelos curtos e castanhos. Os pequenos seios comprimiam
meu peito. Olhei diretamente em seus olhos. Eram negros como a noite.
Nunca havia visto olhos de um tão belo negror. De sua boca, onde
dentes alvos e perfeitos sorriam ironicamente para mim, exalava um
aroma de morangos silvestres. Seu corpo tinha o cheiro do mato
molhado que, na fazenda de meu pai, tanto alimentava meus sonhos
infantis.
- Vale a pena deixar que você morra em meus braços? ela me
perguntou com sua voz grave, mas com uma docilidade infantil.
Eu não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Fiquei extasiado com
a beleza daquele ser misterioso. Ela me largou e se ergueu agilmente.
Levantei-me também e, num gesto ousado, segurei-a pelo braço.
25 novembro 2013
Jovem E Bela Como Sempre (Inicio)
Sempre me ensinaram que anjos têm asas, mas agora sei que isto
não é verdade. Anjos também sofrem acidentes, caem e se machucam.
Mas eu sei que você vai superar tudo isto, minha querida, e voltar a
pisar com seus lindos pés este chão que é abençoado com seus
passos.
- Mais alguma coisa, Barão?
Respondi negativamente, com um gesto. Pedro, meu mordomo de tantos
anos pegou suas malas e saiu da mansão vazia. Olhei para aquelas
paredes que antes estavam tão repletas de quadros, aqueles cômodos
outrora adornados por móveis caros... Agora vazios. A mansão,
herança de meus antepassados que agora pertencia a outra família,
novos ricos que investiam nessas velhas mansões que resistiam ao
tempo, à especulação, fomentavam sonhos e sofriam com o alto valor
do IPTU.
Além do mais, minha antiga mansão precisava de empregados, e eu já
não podia mais contratá-los. Aos 98 anos, só me restava partir
como fizera Pedro. Mas a partida de Pedro tinha um destino traçado
por sua aposentadoria. Quanto a mim, iria me aposentar da vida.
Aproximei-me da janela e vi o mar lá embaixo. Uma linda vista para a
praia particular que já não me encantava como antes, em minha
infância e juventude. Em minha juventude antes de encontrá-la.
Parceiria
Olá a todos que seguem o Blog, Sou o Douglas, o bloggueiro e divulgador do blog (não diga, é mesmo?). Estou entrando em contato apenas para anunciar a parceria com o Blog Literatura Ezquizofrenica (Link: literaturaesquizofrenica.blogspot.com/) da colega Lua Isis (Facebook: https://www.facebook.com/lua.isis).
Aproveitando a breja, adorei o Blog dela, é um blog mt interessante com contos bem tematicos. Ainda não tive tempo de ler um conto mas logo o farei, Lua.
Gostaria de pedir a vocês seguidores do blog e admiradores da literatura que caso haja algum conto que você gostou, divulgue-o, dara uma grande ajuda a nós. Ou caso tenham algum conto que você conheça e gostaria de vê-lo (e le-o) no Blog, so entrar em contato conosco.
Obrigado pela atenção.
Aproveitando a breja, adorei o Blog dela, é um blog mt interessante com contos bem tematicos. Ainda não tive tempo de ler um conto mas logo o farei, Lua.
Gostaria de pedir a vocês seguidores do blog e admiradores da literatura que caso haja algum conto que você gostou, divulgue-o, dara uma grande ajuda a nós. Ou caso tenham algum conto que você conheça e gostaria de vê-lo (e le-o) no Blog, so entrar em contato conosco.
Obrigado pela atenção.
15 novembro 2013
O Novelo (Final)
O
silêncio sepulcral deste momento fora irrompido por ventosas. Mais
ventosas. Joel empurra o homem e corre a descer as rampas novamente.
O homem pouco se importa. Joel se sente um rato fugindo todo o tempo
preso num labirinto a espera do Minotauro. Ele chega ao andar abaixo
e se dirige ao lado esquerdo do corredor, na tentativa de esconder-se
numa das salas de aula.
Quando
avista a primeira delas, Joel vê o homem saindo de lá. Um mudo
grito de terror ele dá. O homem aponta sua bengala para Joel. Ele
estranhamente parece olhar o íntimo de sua alma. Porque os olhos são
as janelas da alma. ‘Ô, seu arrombado, você sabe quem sou eu,
sabe?’ Joel vê a bengala tomar a forma de um revólver. Branco. O
homem nada diz. Dá um tiro em sua mão esquerda. Joel chora. Antes
ele vê o homem, com um gestual como num passe de mágicas,
transmutar o cenário onde estavam: o chão é todo feito em xadrez,
com grandes pedras brancas e negras; há pilares relembrando a
arquitetura grega; há um altar com um trono atrás do homem; há
espadas e armaduras encostadas nas paredes. O homem traça com sua
bengala a testa de Joel e a marca com um heptagrama.
14 novembro 2013
O Novelo (Continuação II)
Joel
estava agora em um corredor da universidade em que lecionava.
Lentamente ele subiu as rampas de acesso. Ouvia barulhos estranhos,
como o de ventosas desgrudando de algum lugar. Súbito, ele se depara
com um inseto gigante. Ele era azul. Como um carrapato bêbado de
sangue.
Joel
desce as rampas correndo. Chegando de volta ao primeiro andar, vê
uma cena horripilante: o mesmo homem de máscara conduzindo sua
bizarra companhia de insetos gigantes. Joel dá um grito de agonia.
Como em outras tantas vezes em que era surpreendido no meio da noite
quando criança. O homem muda de direção e passa a perseguir Joel.
13 novembro 2013
O Novelo (Continuação I)
‘Tio,
a Alice tem medo do gato que desaparece. Eu também tenho.’ Joel
olhou a capa e deparou-se com o odioso nome de Carol, Lewis Carol.
Folheou mais algumas páginas não acreditando em tamanha futilidade
para tão pouca idade. E jogou o livro ao chão.
‘Moleque
estúpido. Lê João Cabral de Melo Neto e aprende alguma coisa nessa
tua vida ridícula’. Ao fazer isso, ainda não achando o bastante,
acerta um safanão na testa do menino. Apenas um pequeno menino que
brinca com o que os adultos racionais e inteligentes preferiram
ignorar até o fim de suas existências, até o momento em que
clamarão por Cristo Salvador. Por que não mais em nada acreditaram
em suas vidas, na hora do retorno à Mãe-Terra clamam por sua
providência?
12 novembro 2013
O Novelo (Inicio)
Esta
estória os avôs ouvem quando ainda são meninos. E tolos o bastante
para não se perguntarem ‘como é possível?’. Ela é modificada
para se adequar ao tempo em que é contada. Então a ouvem
atentamente, imaginam. E sonham. Isso cria o Novelo. Antes que suas
soberbas inteligências se perguntem, responderei às indagações
que se formam em suas brilhantes mentes.
O
Novelo simplesmente é. Sempre foi. E sempre será. Mesmo que nada
mais haja, o Novelo estará lá. Para quando o Tudo surgir, ele
coabite em sua essência, seja simbiose e uno, perdão e pecado,
glória e vergonha, beijo e tapa, escapismo e meta.
Mas
na verdade vocês mesmos sabem que o Novelo não é nada disso. Sabem
que ele está aí, em algum lugar de suas mentes, mas não podem
achá-lo. É mais fácil ignorá-lo por toda a vida. Ele é mais que
sonhos e pesadelos.
11 novembro 2013
Novas Velhas Lendas
Estava
distraído em meus pensamentos, quando me lembrei de uma lenda que os
meus avós costumavam me contar na minha infância. Era a lenda de um
homem que fazia um pacto com o demônio para conseguir tudo o que ele
queria, mas que por fim o diabo vinha lhe cobrar as dividas.
Certo
dia estava eu lendo o jornal, e li uma noticia de um rapaz que sumiu
misteriosamente. Neste mesmo dia eu conheci uma garota que me contou
uma história muito estranha, eu que sempre fui cético, apenas ri do
que ela me disse.
“O
‘Cara’ era muito sozinho, dizem que ele vivia lá pelos lados da
zona sul, que não tinha amigos mas era um gênio em tudo que ele
fazia, inventava meio e métodos de fazer tudo o que ele queria em
relação a computadores, matemática, física, português, inglês e
mais um monte de coisas por ai. Diziam as más línguas que o pobre
coitado nunca havia namorado na vida, mas que já havia beijado
diversas garotas em festivais e eventos que aconteciam na cidade, por
isso muitos caçoavam dele por ser solteiro e de certa forma
estranho.
08 novembro 2013
O Toque da Vida (Final)
Esta
criança cresceu sem amor, mas rica, pois a sabedoria que havia
conquisto fazia parte de seu trabalho no conselho do regente,
autoritária com seus súditos, mas justa, sabia em controlar
momentos em desorganização, esta mente mais sã que conheço,
dominava a tranqüilidade em seus pensamentos, e tinha para si sua
própria verdade, esta que estava só, sem porque viver, sem alguém
para amar, pois seu coração era tão triste que só alguém que
tivesse passado por alguma tristeza ou agonia a entenderia, mais
havia um problema a mais, pois a população de seu vilarejo tinha
preconceito dela ainda, não havia família que quisesse seu filho
casado com uma pessoa que tivesse um nome de família tão subjugado,
nem homem que quisesse se casar com aquela expressão tão triste
quanto à dela, pois em seus olhos não havia magnitude, sua beleza
era mortificante tanto o quanto um rosto de defunto, e sua
personalidade obscura assustava aos moradores de seu vilarejo.
Em
seu, âmago havia uma paixão muito grande pela noite, por sua pele
branca como leite, por um lugar escuro e calmo como cemitério, de
viver como uma viúva sempre a vagar de preto e pelo aprendizado, que
a separava das pessoas mais ignorantes, pois se assustavam quando
ouviam comentários que abalavam sua fé.
O
regente tinha um pequeno problema, pois se ele fala-se que Nimue era
sua conselheira de maior porte para a população ignorante, eles o
rejeitariam e acabavam com ela, só que ela tem um poder de sabedoria
muito grande capaz de controla-los sem estes o saberem, pois seus
movimentos eram os mais próximos possíveis do regente, e isso lhe
dava proteção.
Nimue
poderia ser acusada de bruxa quando o povo quisesse, só que preferia
não se expor, ao longo do tempo, muitos vezes que voltava aos seus
aposentos já à noite ela se sentava próximo a janela e observava a
ignorância que ela conheceu de perto, tomar conta de tudo o que ela
conhecia, e assim dar o nome de civilização, só por ter leis que
na maioria das vezes são quebradas, mas não tinha um habitante que
fosse, que parava para ensinar um ao outro o que é o amor.
Esta
que conto a história desfaleceu em sua cadeira sem conhecer o que
era este sentimento, dizem que no dia de sua morte ouviram gritos de
dor, mas não de machucados comuns e sim os de dentro de sua alma,
pois morta esta sem um sentimento a receber, sem contato com
raridades como ela, dizem que por isso se ouvem gritos horripilantes
a sair de seus antigos aposentos, a dor de sua alma e de sua morte
está lá, e lá vai ficar até pessoas comuns descobrirem, qual é a
dor de suicidas obscuros, qual é a dor da morte solitária, qual é
a dor de morrer por agonia de que tudo isso não vai mudar tão cedo
e que sua alma irá esperar tudo isso acontecer.
Por: Lucas Lima
06 novembro 2013
O toque da vida (Inicio)
Ao
olhar a sua volta, ninguém a de te dizer historias justas postas
conhecidas, loucas medidas vividas por amigos que sem sabermos
ignoramos, mas, temos muito que aprender. Uma história fictícia hei
de te contar, mas não escrevo historias sem conhecer venéreas
parecidas.
Era
uma época fria há alguns séculos atrás, onde desmedida era a
força dos homens, e diminutiva era a das mulheres. E um doloroso
nascimento acontece, deste acontecimento nasce uma bela menina
cabelos e olhos negros como a noite, e sua pele branca como a pele de
um defunto, pois esta que agora nasce, quase morreu pela dificuldade
do parto. Sua família era pobre, sendo assim ela uma garota sem dote
para o casamento, sua pele exageradamente branca a todos amedrontava,
pois seu olhar era sempre gelado, assim era, pois, essa pequena
menina que agora chamo de Nimue sofria do grande preconceito
religioso da vila onde vivia, seu pai havia se suicidado com a falta
de esperança que ele tinha no seu futuro, mal conseguia ele
sustentar sua própria família sem uma filha imagine com uma, mas
mesmo assim caminhava sem desistir, sua mãe ensinou-a a ler e
escrever, sozinha assim foi atrás de conhecimento, e conhecer se
tornou o maior desafio de sua vida, pois sem dinheiro e sem um
casamento descente, o que lhe resta para toda sua vida é a sabedoria
que ela adquirir.
04 novembro 2013
Anjo no Meu Quarto
Hoje é dia de lua
cheia e o sono passa longe da minha cama, longe de mim. Na verdade,
eu estava dormindo. Dormindo, não. Cochilando. Quando, de repente,
eu escuto um raspar de unhas na janela. Fiquei meio assustada,
revirei-me na cama e fiquei imóvel. Medo. Confesso, fiquei com medo.
Mas logo passou, pois eu senti uma sensação leve, uma corrente fria
de ar soprava no meu rosto. Eu sabia. Claro! Havia alguém na janela.
Hesitei um pouco, mas logo me revirei na cama e senti um clarão no
quarto. Como assim? Como isso é possível? Não, eu devo é estar
sonhando – foi o que eu pensei.
01 novembro 2013
Missão de Guerra - Parte Final - (Final)
A Despedida
Dois dias se passaram desde então, todos os guerreiros estavam bem e curados. A missão havia terminado. Estava na hora de voltar. Depardieu, Dom Eurico, juntamente com a jovem Rosa de Lisboa, Sir Gregory, Sir Ray, Lien, Dom Esteves e o nobre Abd partiriam juntos para retornar ao velho mundo e, consequentemente, às suas terras de origem.
– Não tenho como agradecer por terem vindo. – era o nobre português, dirigindo-se ao espanhol e ao árabe. – Se não fosse a ajuda de vocês, teríamos perdido essa disputa.
O árabe sorriu.
– Eu não viria, – disse. – ficaria em meu país, administrando o meu novo califado, mas Esteves me convenceu do contrário e me arrastou por essas águas até essas terras, apesar de avisá-lo que já estou velho para tal. Vocês jovens não enxergam os limites que Alá os colocou, mas eu entendo. Isso faz com que eu me sinta jovem novamente.
Esteves adiantou-se.
– Era o mínimo que poderia fazer. – começou. – Vocês não retornaram dentro do prazo de sessenta dias, não podia deixar de imaginar o pior. Ao ver a bandeira rasgada na embarcação francesa, percebi que Deus guiado as nossas velas com os ventos corretos. O resto foi tudo conseqüência.
– Alá, Deus Cristão... – era Abd.
Eurico sorriu.
– Não vamos discutir isso agora. – interrompeu. – Temos muito tempo para isso durante a viagem de retorno.
– Concordo...
Depardieu caminha com o líder da nação selvagem, o grande Avaantã.
– Você é um guerreiro esplêndido. – era o selvagem. – Poucos já resistiram a minha fúria em um confronto direto como o seu.
“Ora”, pensou Depardieu, “então ele encontrou algo para elogiar”.
– Obrigado. – respondeu o francês. – Nunca vi nada parecido com a sua força e agilidade. Esse elogio, vindo de ti, muito me enaltece.
– O quê?
– Desculpe. Meu português não é tão bom quanto o seu.
O selvagem apanhou um tubo com algumas setas finas, adornadas com penas, presas a ele.
– Quero que fique com isso. – disse.
Depardieu nada entendeu.
– Fiz esta arma como presente: coloque as setas dentro do tubo e assopre. Como vi você reclamar que não gosta de retirar vidas, o veneno das setas são apenas para paralisar o adversário e dar fortes alucinações.
– E quando o veneno e as setas acabarem?
Avaantã sorriu.
– Invente o seu próprio veneno. Faça as suas setas. É isso que um guerreiro faz.
Depardieu sorriu também.
O tempo passou e o sol já se mostrava em boa hora para a partida, todos os estrangeiros embarcaram. Logo deixariam a baía para trás, juntamente com as terras selvagens.
– Até a próxima aventura. – profetizou Depardieu em voz baixa enquanto se afastavam da terra.
Avaantã e sua esposa Japira acompanhavam com os olhos os guerreiros estrangeiros mais formidáveis que já haviam postos os olhos e torciam para que pudessem lutar novamente lado a lado.
– Até a próxima... – determinou Avaantã.
Dois dias se passaram desde então, todos os guerreiros estavam bem e curados. A missão havia terminado. Estava na hora de voltar. Depardieu, Dom Eurico, juntamente com a jovem Rosa de Lisboa, Sir Gregory, Sir Ray, Lien, Dom Esteves e o nobre Abd partiriam juntos para retornar ao velho mundo e, consequentemente, às suas terras de origem.
– Não tenho como agradecer por terem vindo. – era o nobre português, dirigindo-se ao espanhol e ao árabe. – Se não fosse a ajuda de vocês, teríamos perdido essa disputa.
O árabe sorriu.
– Eu não viria, – disse. – ficaria em meu país, administrando o meu novo califado, mas Esteves me convenceu do contrário e me arrastou por essas águas até essas terras, apesar de avisá-lo que já estou velho para tal. Vocês jovens não enxergam os limites que Alá os colocou, mas eu entendo. Isso faz com que eu me sinta jovem novamente.
Esteves adiantou-se.
– Era o mínimo que poderia fazer. – começou. – Vocês não retornaram dentro do prazo de sessenta dias, não podia deixar de imaginar o pior. Ao ver a bandeira rasgada na embarcação francesa, percebi que Deus guiado as nossas velas com os ventos corretos. O resto foi tudo conseqüência.
– Alá, Deus Cristão... – era Abd.
Eurico sorriu.
– Não vamos discutir isso agora. – interrompeu. – Temos muito tempo para isso durante a viagem de retorno.
– Concordo...
Depardieu caminha com o líder da nação selvagem, o grande Avaantã.
– Você é um guerreiro esplêndido. – era o selvagem. – Poucos já resistiram a minha fúria em um confronto direto como o seu.
“Ora”, pensou Depardieu, “então ele encontrou algo para elogiar”.
– Obrigado. – respondeu o francês. – Nunca vi nada parecido com a sua força e agilidade. Esse elogio, vindo de ti, muito me enaltece.
– O quê?
– Desculpe. Meu português não é tão bom quanto o seu.
O selvagem apanhou um tubo com algumas setas finas, adornadas com penas, presas a ele.
– Quero que fique com isso. – disse.
Depardieu nada entendeu.
– Fiz esta arma como presente: coloque as setas dentro do tubo e assopre. Como vi você reclamar que não gosta de retirar vidas, o veneno das setas são apenas para paralisar o adversário e dar fortes alucinações.
– E quando o veneno e as setas acabarem?
Avaantã sorriu.
– Invente o seu próprio veneno. Faça as suas setas. É isso que um guerreiro faz.
Depardieu sorriu também.
O tempo passou e o sol já se mostrava em boa hora para a partida, todos os estrangeiros embarcaram. Logo deixariam a baía para trás, juntamente com as terras selvagens.
– Até a próxima aventura. – profetizou Depardieu em voz baixa enquanto se afastavam da terra.
Avaantã e sua esposa Japira acompanhavam com os olhos os guerreiros estrangeiros mais formidáveis que já haviam postos os olhos e torciam para que pudessem lutar novamente lado a lado.
– Até a próxima... – determinou Avaantã.
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