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28 setembro 2013

O Cavaleiro e a Guerreira - (Final)



 Akemi observava enquanto Ray avaliava o corpo caído do antigo “pai”.
– Ele está vivo? – perguntou Akemi.
– Sim, está. Apesar de todos os ferimentos, ele ainda está vivo.
Akemi levantou a sua ninja-to para findar com a sua vida, Sir Ray segurou o seu braço.
– Não! – disse de forma incisiva. – Não cabe a nós matá-lo.
– Ele virá em nosso encalço.
– Que seja, deixe assim. – concluiu o cavaleiro. – Desestabilizamos consideravelmente a sua família, levará anos para que ele a recomponha.
Uma risada tomou o lugar, era o nobre, agora encarcerado pela guarda, devido às denúncias sofridas, preso em um canto.
– É isso que o torna fraco, cavaleiro. – disse. – Você permite que seus inimigos retornem. Por que não me retira a vida de uma vez por todas?
Sir Ray aproximou-se do nobre desonrado, deixando Akemi para trás.


– Não irei matá-lo porque não me compete esse poder. Mas eu aprendi muitas coisas com homens como você. Eu fiz algo bem pior do que matá-lo: eu derrotei a ti e aos teus homens e, agora, todos sabem que você é um traidor do império. Se não for morto por ordem do grande Daymio, será humilhado em sua pena. Se escapar, até lá, todos saberão que foi derrotado por ser um traiçoeiro. Você perdeu tudo que tinha, da riqueza à sua nobreza, sua influência está por terra. Para um homem tão altivo e orgulhoso como você, esse é o melhor tipo de castigo que posso lhe oferecer.
O tempo passou um pouco mais e a dupla de guerreiros não voltou a se falar.
O velho aldeão os observava. Sir Ray afastou-se, pronto a voltar para o seu lar, o feudo de Yagyu.
– Vai deixá-la sozinha? – perguntou, de repente, o velho.
Ray fitou a jovem Akemi.
– Acredito que ela saiba se virar. À propósito, obrigado por me ajudar.
– Ela não tem para onde ir. – respondeu sem prestar atenção no agradecimento.
– Ela pode habitar a aldeia.
– Mas aquele não é o lugar dela.
– E qual seria?
– Preciso dizer algo tão óbvio?
– Então?
– Ela perdeu a sua família.
– E...
– Ora, você é a sua nova família.
Ray se calou por alguns instantes.
– Nos conhecemos a menos de um dia.
O ancião sorriu.
– Mas eu já vivi demais e sei quando surge algo de especial entre duas pessoas. E se você dispensar isso, será um erro.
– Por quê?
– Lembra do seu sorriso?
– Sim...
– Ele está se mostrando agora, neste momento, e parece muito mais alegre...

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